O código para extração e análise dos dados está disponível em https://github.com/drin-lab/PetrobrasUmAno

Se no início do ano, o cenário era francamente otimista, e as ações da Petrobras eram vendidas em média por R$ 30,00, logo após o carnaval, as cotações de PETR3 e PETR4 desabaram. Só em 9 de março, os papéis desvalorizaram 30%. O que explica tamanha volatilidade?
Dois fatores explicam diretamente a queda brusca no valor dos papéis da Petrobras: a pandemia do Coronavirus, que afetou duramente a atividade econômica global. Uma redução na atividade econômica diminui consequentemente a demanda por petróleo e seus derivados. E a Petrobrás é uma daquelas empresas, cujo produto está presente em quase tudo, mas, que também está mais exposta, por conta disso, a riscos sistêmicos.
E o segundo fator é geopolítico: a queda de braço entre a Arábia Saudita e a OPEP – a organização representante dos países produtores de petróleo. Os sauditas baixaram o valor do seu barril de petróleo para US$ 25,00, enchendo o mercado com o produto a um preço bem abaixo do praticado anteriormente (cerca de US$ 70,00). A intenção, para alguns analistas do mercado, é dar um choque no mercado, forçando os outros países a reduzirem sua produção.
Em suma, a queda nos papéis da Petrobrás é explicada por esta combinação de aumento de oferta, gerada pela guerra de preços entre Arábia Saudita e OPEP, e queda de demanda, devido a pandemia do coronavirus.
No gráfico abaixo, mostramos a trajetória dos valores de PETR4 durante todo esse início do ano
Muitos investidores que compraram PETR3 e PETR4 na máxima do valor (cerca de R$ 30,00) venderam seus ativos, acreditando que a empresa não conseguirá retomar seu valor de mercado anterior.