Você sabe a diferença entre ‘especular’ e ‘investir’? São atividades e atitudes diferentes com objetivos, funções e prazos distintos. Conhecer a diferença entre investir e especular é fundamental para não perder dinheiro. Portanto, ter esse conhecimento vai ajudar você a definir melhor seus objetivos de investimento.
Foi somente no final do século XVIII que ‘especular’ ganhou um sentido econômico – até por conta do próprio desenvolvimento do capitalismo. Anteriormente, especular só tinha conexão com as atividades ligadas às adivinhações divinatórias. Isto é, especular era só a atividade dos adivinhos e místicos, tentando descobrir o seu futuro. Somente a partir da Revolução Industrial é que especular passou a significar uma ação determinada para obter lucro numa transação econômica.
Além disso, com o desenvolvimento das atividades econômicas, as transações em busca do lucro também se sofisticaram. Similarmente, pessoas começaram a refletir sobre o assunto. Assim, na teoria econômica clássica, três estudiosos clássicos ofereceram definições de ‘investimento’ e ‘especulação’, que aqui destacamos. São observações que, no fundo, se completam.
Neste post, você vai conhecer as visões de três importantes economistas sobre este assunto:
- Para Adam Smith, especular é atividade de curto prazo
- Segundo Keynes, especulação é o contrário de investimento
- De acordo com Schumpeter, o especulador é um negociador
Para Adam Smith, especular é atividade de curto prazo
Adam Smith em “A riqueza das nações’ referiu-se às fortunas repentinas que ‘às vezes, são ganhas (…) pelo que se denomina o negócio da especulação’. Na época em que Adam Smith viveu, ainda não havia Bolsa de Valores, muito menos operadores financeiros. Então Adam Smith estava chamando de especulador, basicamente, ‘o comerciante especulador’. Smith define o especulador como aquele comerciante que busca oportunidades de lucro num prazo curto de tempo com investimentos fluidos.

Segundo Keynes, especulação é o contrário de empreendimento
Já John Maynard Keynes definiu especulação não em contraposição a investimento, mas a empreendimento. Keynes define especulação, basicamente, como o contrário de empreendimento. Portanto, empreender seria ‘a atividade de prever o rendimento esperado de ativos por todo o seu período de duração’, ao contrário de especulação, a qual teria designado como ‘a atividade de prever a psicologia do mercado’.

De acordo com Schumpeter, o especulador é um negociador
E, por fim, Joseph Schumpeter para quem ‘a diferença entre um especulador e um investidor pode ser definida pela presença ou ausência da intenção de ‘negociar’, ou seja, de lucrar com as flutuações de preços do título. Isso tudo é contado por Edward Chancellor em ‘Salve-se quem puder. Uma História da Especulação Financeira’. O próprio Chancellor tem o seu conceito de especulação: a tentativa de lucrar com mudanças no preço de mercado. Assim, abrir mão de uma renda no presente em favor de um ganho esperado de capital no futuro é considerado uma ação especulativa. A especulação é ativa, enquanto o investimento é passivo.

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